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A última partida de poker de Desperate Housewives

Dilacerante. De parar o coração.

Devido as últimas temporadas (da 5ª temporada até a última) escolhi não esperar um desfecho plenamente satisfatório ou genial para a série criada por Marc Cherry, que começou trabalhando como roteirista de Golden Girls e atualmente atua barraqueiro de plantão. Mas como Desperate Housewives foi a minha primeira série vista desde o começo foi impossível não assistir o episódio de peito aberto e esperar o melhor do melhor da série, mesmo sem querer. Seria impossível o contrario.

Como dito acima a série foi minha primeira e a primeira a gente nunca esquece. Tudo começou há 8 anos atrás. Da melhor forma possível Desperate Housewives conduziu suas três temporadas iniciais, pois sou tão fã da fase alcoólatra da Bree como da fase mãe de Edie Britt, e nesse meio tempo idolatrei Dixie Carter e amei o desfecho canastra de Betty Applewhite. Contudo, com o furacão no quarto ano e com o salto temporal na 5ª temporada, a possível melhor série de todos os tempos se perdeu em seu paradoxo temporal (só que ao contrario) e além de apresentar uma crise financeira cinco anos no futuro, matou a coadjuvante que roubava a cena e se entregou a uma crise criativa que durou até um episódio antes de seu series finale.

Em Give Me the Blame escrita como fruto da parceria de Marc Cherry e Bob Daily pouca coisa se destaca ou talvez por ser um episódio duplo, eu tenha me confundido. Mas, só consigo lembrar a reconciliação de Tom e Lynette, extremamente aguardada por mim; de Vanessa Williams estar mais afiada que nunca, finalmente tendo mostrado a que veio e à que se diferencia de Nicollette Sheridan; e de Karen McCluskey assumindo a culpa pelo crime de Carlos e as amigas de sua esposa, numa solução rápida, fácil e típica de novelão americano. Contudo, o episódio foi satisfatório, mas não chegando aos pés de Finishing the Hat.

O último episódio da história de Desperate Housewives foi escrito na parceria de Marc Cherry e seu ego. E foi tudo aquilo que um fã poderia querer. Lembro de anunciarem o season finale de Six Feet Under como o melhor series finale de todos os tempos. Não sei, nunca vi. No meu hall de melhores series finales, Desperate Housewives é o líder disparado.

Brincando como emoções construíram esse episódio final. Após 8 anos de série e 13 anos na série, fomos nos preparando para o último adeus. Com um flashback de Mary Alice Young e Martha Huber, seguido por cenas que marcaram a série ao longo dos anos o fim começou…

Katherine Mayfair, interpretada pela excelente Dana Delany reaparece para causar a discórdia (novamente) entre Tom e Lynette. E assim ganhamos aquele clima saudosista do primeiro episódio da série, com Lynette querendo voltar ao trabalho. Brincando com o primeiro episódio também vimos os papéis invertidos na casa do Solis. Agora Gaby trabalha e Carlos tem uma jardineira; que por final foi interpretada por uma das atrizes cogitadas para dar vida à Gabrielle Solis no início de tudo.

Finishing the Hat teve a primeira música não instrumental em Desperate Housewives. Primeira e última. Wonderful, Wonderful deu o tom à morte de Karen e também ao nascimento do bebê de Julie. A cena foi linda. Maravilhosamente editada. E a música, assim como todo o episódio foi precisa.

Com isso, e dentre milhares de emoções, Marc Cherry nos deu de presente os minutinhos finais da série. Que triste! Ainda preciso me preparar psicologicamente para re-assistir o episódio. Talvez, daqui algumas semanas eu consiga, porque hoje, uma semana após ainda estou no aguardo do episódio 25.

Talvez o que mais tenha me chocado com o final da série foi o “E viveram felizes para sempre” da série não ter sido tão feliz assim. Triste saber que as donas de casa não passaram o resto da vida juntas, não morreram juntas e a Gaby não viu todas envelheceram mal enquanto ela continuava linda e maravilhosa. O episódio já foi desenvolvido todo no “Era uma vez…”, assim como a série toda e um final que foge a esse padrão, apesar de honroso e respeitável (já que o episódio foi maravilhoso) causa ruído. Mas talvez esse fato, esse simples e pequeno fato citado em segundos, tenha feito o episódio ser tão memorável assim. Afinal, a série sempre foi uma crítica a vida perfeita e ao felizes para sempre.

A última partida de poker. Ver o futuro das donas de casa. Lynette e Tom felizes em NYC com seis netos no Central Park e envelhecendo juntos. Gaby se tornando rica, famosa e apresentadora de tv, ao lado de Carlos. Bree virando uma mulher da política depois de uma vida pecaminosa, ao lado de Tripp. E Susan, ah, Susan!

Susan Delfino ou Mayer ganhou ares de protagonista. Foi dona da última cena da série. E que cena! A última volta por Wisteria Lane, enquanto a nova moradora escondia seus segredos. Nessa última volta vimos os antigos morados da rua se despedindo da personagem, começando com Mike Delfino e terminando em Mary Alice Young.

Um episódio maravilhoso. Fazendo a série ter sentido. Foi uma delícia assistir e foi triste terminar. No momento estou em stand by e com uma sensação de perda gigantesca. Estou ansioso pelos novos projetos dos atores do elenco, e estou feliz porque verei Teri Hatcher participando de um arco em Jane by Design.

Saudades.

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